quinta-feira, 28 de junho de 2007

Linhas de balanceamento

Algumas obras possuem como principal característica de projeto, a repetição de ciclos de produção. Estes ciclos podem ser identificados como os pavimentos tipos em edificações verticais, as diversas casas de mesmo padrão em um conjunto habitacional horizontal ou até mesmo a realização de um longo trecho a ser pavimentado em uma estrada.
Para otimizar a distribuição das diversas equipes com suas respectivas frentes de serviços pode-se utilizar como ferramenta de planejamento e controle da produção as linhas de balanceamento. Estas linhas de balanceamento, quando bem geridas, buscam proporcionar uma distribuição ótima da equipe em função do ritmo de trabalho de cada equipe em sua respectiva frente de serviço.
Como resultados esperados, evita-se o tempo ocioso pela falta de frentes de serviço, realiza-se uma estimação do tamanho das equipes e o número ideal de equipes para cada tarefa, além de proporcionar organização ao canteiro de obras evitando-se assim que em um mesmo canteiro, sejam abertas diversas frentes de serviços sem que hajam equipes suficientes para trabalhar em cada frente aberta, buscando dar ritmo a produção tornando-a repetitiva e ciclica, de tal forma que o operário possa se concentrar em uma única tarefa sem ter de execer a polivalência de atividades com mobilização e desmobilização de equipamentos e materiais para cada frente de serviço aberta, o que proporciona perda de tempo e produtividade.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Industria de manufatra X Construção Civil

Atualmente as principais pesquisas, no ramo acadêmico, sobre Planejamento e Controle de Produção (PCP) estão direcionadas a produção enxuta. Sendo que este modelo, como já dito anteriormente em outra postagem, é oriundo do modelo desenvolvido pela montadora Toyota. Desta forma, tanto a industria de manufatura como a industria de construção civil buscam com isso diminuir o ciclo de produção, aumentando a produtividade e reduzindo perdas, erros e incertezas. Estabelecendo uma pequena comparação entre a industria de manufatura e a industria da construção civil pode-se dizer que na manufatura o grau de incerteza é menor do que nas obras, pois existe uma cadeia produtiva bem ajustada com um alto grau de mecanização e robótica, já a construção civil é fortemente baseada em uma mão de obra desqualificada e passível a grande quantidade de incertezas, como intempéries e produtividade inconstante. Um dos objetivos secundários deste blog é justamente tentar minimizar esta grande quantidade de incertezas presente nos canteiros de obras brasileiros.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Como evitar problemas contratuais

Existem diversas construtoras pelo Brasil que buscam obras a todos os custos e esquecem muitas vezes que elas devem responder ao contrato pré-establecido. Sendo que estas construtoras não realizam análises orçamentárias adequadas, com planos de ataques bem definidos e com uma estrutura de planejamento de recursos, de riscos e de serviços compatível com a obra a ser realizada.
Em diversas obras os prazos de conclusões dos serviços estão vinculados a multas descritas em contrato por dias de atrasos na entrega da obra. Isto significa que cada etapa do serviço atrasada pode impactar no prazo final e resultar em multas contratuais na qual este tipo de empreiteiro somente vai perceber no momento da medição.
Porém deve-se lembrar que a engenharia necessita ser realizada com qualidade nos serviços, controle de custos e prazos e com uma posterior avaliação dos serviços realizados. Para se obter aprendizado sobre as inovações inseridas na obra e evoluir com os próprios erros cometidos para que os mesmos não se repitam.
Portanto o executor deve sempre ter em mente no momento de fechamento do seu contrato é de estabelecer condições que possibilitem a ele o cumprimento de suas obrigações analisando todos os aspectos cronológicos, financeiros e referentes ao controle de qualidade dos serviços prestados, evitando-se assim desgastes posteriores devido ao não cumprimento do contrato.

domingo, 17 de junho de 2007

PROBRAL: Projeto Brasil X Alemanha

Atualmente estou participando do PROBRAL, sendo que este é um Projeto que reúne as Universidades Federais do Paraná e do Ceará com uma Universidade na Alemanha. Este projeto tem por objetivo analisar o planejamento e controle de produção nas edificações verticais nos canteiros de obras brasileiros e alemães, além de realizar uma análise comparativa através do fluxo de informações e do intercâmbio de pesquisadores entre estes dois universos diferentes em pró de uma possível evolução na maneira como as obras são realizadas tanto no Brasil como na Alemanha.

Produção Enxuta

"Paralelamente ao desenvolvimento dos sistemas de gestão e controle, via computador, na década de 1960, no outro lado do mundo, uma outra forma de se gerenciar as operações industriais estava em gestação. Sob a liderança de Taichi Ohno, uma empresa do Japão, a Toyota Motor Company, buscava uma forma alternativa à produção em massa para gerenciar o sistema de produção. Os princípios da produção em massa não mais se ajustavam à difícil situação econômica e ao mercado incipiente de seu país naquele momento. Surge, então, a "produção enxuta", com princípios diferentes dos da produção em massa, particularmente em relação à gestão dos materiais (matéria-prima, produto em processo, componentes, conjuntos e produtos acabados) e ao trabalho humano nas fábricas. Alguns alicerces desse novo modo de produção, o Just-in-time, a automação (automação com um toque humano), a polivalência dos trabalhadores, o defeito zero, o Kaizen, a produção em pequenos lotes, entre outros, passaram a ser os elementos do paradigma que se firmava. A década de 1970 possibilitou o seu amadurecimento e, durante os anos de 1980, o Japão, com a adoção parcial ou integral da nova forma de produção, alcançou índices de crescimento fantásticos em vários setores econômicos, lançando o país numa época de prosperidade jamais alcançada antes." Nadja Soares Dantas.

Veja o vídeo sobre os canteiros de obras japoneses

Estes vídeos demostram a organização dos canteiros de obras japoneses. Sendo que ocorre o uso generalizado de equipamentos e de produtos pré fabricados, com uma mão de obra reduzida e muito bem especializada.
Sendo que no Brasil a situação é oposta, pois existem trabalhadores demais nos canteiros devido ao baixo custo da mão de obra, quando comparado com países como o Japão e os países Nórdicos. Além do pouco uso de equipamentos e normalmente com uma bagunça generalizada, sendo que muitas vezes não há se quer a presença de um Engenheiro no canteiro.

Vale a pena ver para almejarmos um dia estar próximos dessa realidade.

sábado, 16 de junho de 2007

Planejamento e Controle da Produção

Trabalho como executor de obras civis de pequeno e médio porte e sempre me questionei sobre o seguinte problema confrontado em todas as obras em que participei.
Como transformar a produção no canteiro de obras eficiente a ponto de se conseguir realizar um planejamento adequado no qual a grande maioria das metas sejam atingidas no prazo estipulado.
Devido a problemas como intempéries, fornecedores, incompatibilização de projetos entre outros a estipulação de prazos passa a ser um palpite que muitas vezes falha. Esta é a grande motivação dos meus estudos, que seria minimizar este tipo de erro de maneira fácil e que estimule a equipe a cumprir o prazo do serviço a ser executado.